sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Homenagem ao Dia do Professor
Olá Amigos!
Neste Dia do Professor, o blog Educação em Pauta homenageia todos os educadores. O texto a seguir relata a história de uma professora alfabetizadora, de São Paulo (SP). Com cerca de 40 anos de idade e cinco filhos, ela acreditou no seu sonho e foi em busca de uma carreira como educadora. O texto foi escrito pela própria docente, Valdereis Rossini Soldi, hoje com 65 anos e também pedagoga. Boa leitura e Feliz Dia do Professor!
Professor...Não tem idade!
Ninguém mais do que ela fugiu do Magistério.
Já quarentona, após terminar o 2º grau, que cursou junto com os filhos mais velhos, querendo conhecer melhor os jovens e se conhecendo melhor, ingressa por um viés na carreira do magistério.
MOBRAL, Alfabetização de Adultos, educação “não formal” realizada por meio do Serviço de Assistência Social. O início foi sofrido, pois não tinha “oficialmente” metodologia, didática e outros quesitos considerados essenciais para ministrar uma aula, portanto considerado um trabalho, pelos profissionais de educação, como uma “pedagogia menor”.
Mulher de desafios, procurou ajuda pelos vários segmentos: da educação infantil até o segundo grau em conversa direta com seus professores.
Sentiu na própria pele a discriminação de estudar em sala de aula, mas não pelos colegas jovens e sim pelos professores, que lhe perguntavam o que fazia estudando, uma vez que era casada e mãe de cinco filhos.
O introito se faz necessário, porque sem ser “oficialmente formada no magistério” teve que criar sua didática e metodologia. Buscou, nas suas memórias dos bancos escolares, reminiscências que pudessem facilitar o desenvolvimento do seu trabalho. Encontrou o carinho da “tia” da educação infantil; a paciência da professora alfabetizadora, que lhe proporcionou a leitura das primeiras frases; o professor-médico na introdução dos primeiros conceitos de Ciência e pesquisa científica; lembrou do professor sisudo de Matemática a lógica dos teoremas; do lirismo das aulas de Português pelo professor idoso, mas amante de versos e leituras clássicas; do professor de Música, que com sua alva mão e longos dedos dedilhava maravilhosamente o piano e nos presenteava com musicas populares e clássicas.
No convívio com a turma de monitores do MOBRAL, na maioria estudantes universitários, aprendeu sobre Sociologia, Política e Humanismo, e finalmente com um dos maiores mestres, o professor Paulo Freire, a sua metodologia e didática para com as classes menos favorecidas.
Nesse caminho inteirou-se que ser professor era tão importante quanto ser aluno. Os momentos se alternavam periodicamente, pois, para ser um bom professor, havia que se inteirar das novas pedagogias, metodologias, aperfeiçoar a didática, sendo aluno.
Não desperdiçou as experiências dos companheiros de profissão, agora já tendo cursado o magistério e alfabetizando seus alunos do ensino regular. O colega professor de Filosofia, que ensinava História aos alunos por meio do jogo de xadrez, a professora de Ciências que ensinava os alunos das séries finais a pesquisar cientificamente – o desenvolvimento infantil, montando tabelas de peso x crescimento, através de ONG que trabalhava com alimentação suplementar para combater a desnutrição.
Professora anônima, não iniciou sua carreira jovem, talvez não tenha conseguido aposentar-se, mas com certeza não escolheu a profissão: foi escolhida por ela. Entregou-se de corpo e alma à profissão, viu seus alunos ingressarem em cursos superiores e jamais duvidou da capacidade de cada um deles de se tornarem homens e mulheres honrados e dignos.
Havemos de acrescentar que quem escolhe ou é escolhido jamais poderá "estar" professor... há de "ser professor"
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Uma história marcada pela dedicação e persistencia: no ACREDITAR, premissa para a profissão docente...
ResponderExcluirPARABÉNS !
Cristiane Kozaka