sexta-feira, 22 de julho de 2011

Letra cursiva - vale a pena ensiná-la ainda?


A letra de mão - ou cursiva - é uma das primeiras coisas ensinadas para a criança quando ela começa a sua vida escolar. No entanto, nesta constante digitalização não só do ensino como do cotidiano, ela está aos poucos sendo abandonada. Portanto, resta perguntar, vale a pena ensiná-la?

A letra cursiva (também chamada de amalgamada) é defendida por muitos por ser mais rápida de se utilizar caso não se tenha muito tempo ou não se tenha tecnologia disponível. No entanto, com a profusão de computadores, notebooks, smartphones e tablets, situações onde não se tem tecnologia estão cada vez mais raras.

João Batista Araujo e Oliveira, especialista em alfabetização e presidente do Instituto Alfa e Beto, acredita que é cedo para se pensar nisso. “Pelo menos por enquanto, mesmo nos países altamente influenciados pela tecnologia, a escrita ainda é muito utilizada nas situações práticas da vida. Seria temerário que as próximas gerações não cheguem à vida adulta com esses instrumentos. Se algum dia a escrita manuscrita for abolida, aí sim a escola não precisa se preocupar mais com isso”, afirmou em matéria da revista Gestão Educacional.

Os Estados Unidos, entretanto, parecem discordar. Nesta semana foi decidido que o ensino da letra amalgamada será facultativo no estado de Indiana, com outros 40 estados podendo seguir a medida, a qual levará ao consequente banimento do aprendizado da letra cursiva. Na avaliação dos norte-americanos, aprender apenas a letra bastão (de forma) é mais do que o suficiente.

"As escolas devem decidir se pretendem ensinar letra cursiva, mas recomendamos que deixem de ensinar e se foquem em áreas mais importantes. Também seria desnecessário encomendar apostilas que ensinem letra cursiva", diz um memorando do Departamento de Educação de Indiana de acordo com matéria publicada pelo Estado de São Paulo.

Um dos motivos pela abolição da letra cursiva é a dificuldade que os alunos têm em aprendê-la. Também em entrevista para a revista Gestão Educacional, o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara, Luiz Carlos Cagliari, acredita que a deficiência no aprendizado está relacionada à metodologia de ensino. “Em geral, vejo que crianças problemáticas com a escrita não apresentam o mesmo tipo de problema quando desenham. Então, há algo de errado com o modo como são ensinadas. Adotando várias etapas para se chegar à escrita cursiva fica mais fácil.”

Cagliari ainda insiste que o problema não é só dos alunos e sim também dos professores e da metodologia adotada. “Alguns alunos começam a escrever como se fossem canhotos, colocando a mão acima da linha de escrita, porém usando a mão direita. Alguns escrevem segurando o lápis como se fosse um bastão e ao escrever não conseguem ver o que estão fazendo. Um pouco de disciplina artística no uso do material de escrita ajuda a evitar problemas.”

E o que você pensa? Será que é válido ainda ensinar a letra cursiva? E onde está o problema, na dificuldade dos alunos ou na metodologia e atitude dos professores? Deixe seu comentário abaixo e vote na enquete ao lado.

(Imagem meramente ilustrativa)

Um comentário:

  1. Na minha opinião é muito cedo para se dizer em banir a letra cursiva. Por mais que avance a tecnologia, a letra cursiva é até uma forma de
    melhorar a atividade motora.

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