quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Espanhol obrigatório

Essa interessa principalmente para professores de espanhol.

* Matéria publicada no jornal Valor Econômico de hoje


Lei de ensino de espanhol ficou no papel
Neste ano começa a valer a lei federal (11.161/2005) que torna obrigatória a oferta de aulas de língua espanhola no ensino médio

Neste ano começa a valer a lei federal (11.161/2005) que torna obrigatória a oferta de aulas de língua espanhola no ensino médio. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), mesmo com um prazo de cinco anos para ajustes e transição, 75% dos 25,7 mil colégios públicos e privados do país não estão em condições de cumprir a legislação, sancionada em 2005. A menos de um mês da volta às aulas, 6.649 Escolas têm a matéria na grade curricular, sendo 4.068 colégios particulares e 2.581 públicos.

A presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Yvelise Arco-Verde, admite o atraso e lista os problemas. "A formação de professores ainda é precária, falta livro didático público porque o MEC ainda não fez o fornecimento, sem contar a reorganização burocrática de uma nova grade." Ela também reconhece que nem o MEC nem os governos estaduais priorizaram o assunto. "O Brasil dormiu em berço esplêndido espanhol nessa discussão nos últimos cinco anos", completou Yvelise, acrescentando que os Estados mais avançados são aqueles situados em fronteiras com países latinos e que "o momento é de fazer levantamento da demanda", uma vez que a lei diz que a aula de espanhol é obrigação para as Escolas e matéria optativa aos alunos.

Ontem, o secretário Estadual da Educação de São Paulo, Paulo Renato, lançou o programa de aperfeiçoamento em idiomas, que vai oferecer aulas extracurriculares gratuitas de inglês, espanhol e francês para todos os alunos do ensino médio da rede pública paulista. A iniciativa, que prevê parceria com Escolas particulares, deve atender a até 650 mil estudantes a um custo anual de R$ 296 milhões. Apesar disso, o Estado não conseguirá cumprir a lei 11.161 neste início de ano letivo. "É aquela coisa que o governo federal faz e bota na conta dos Estados. O Lula vai lá e leva o prêmio Astúrias e os Estados pagam a conta", critica.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem a lei que cria a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). O campus, instalado em terreno doado pela usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, receberá alunos do Brasil e dos outros países do continente, mas 50% das vagas são reservadas a brasileiros, que terão o Exame Nacional do ensino médio (Enem) como vestibular.

Entre os cursos oferecidos estão: sociedade, estado e política na América Latina, desenvolvimento rural e segurança alimentar, economia, integração e desenvolvimento, comunicação, poder e mídias digitais, ecologia e biodiversidade, tecnologia e engenharia das energias renováveis, engenharia civil com ênfase em infraestruturas, esporte, meio ambiente, políticas sociais e políticas linguísticas latino-americanas. Com status federal, a nova universidade deve começar a funcionar ainda este ano. O governo espera matrícula inicial de mil alunos. As aulas serão ministradas em português e espanhol.

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