Psicólogo especialista em educação e ex-secretário executivo do Ministério da Educação (MEC), Oliveira avalia que os maus resultados e a situação atual da alfabetização no Brasil não são fruto de erro, mas sim consequências diretas das políticas educacionais existentes.
“Elas não determinam uma série limite para que o aluno já esteja alfabetizado, não criaram nenhum teste adequado para avaliar o nível de alfabetização das crianças e também não promovem a formação de professores alfabetizadores na maioria das faculdades de educação”, aponta. Segundo o especialista, também não há programas adequados de ensino de alfabetização e elaboração de cartilhas. “As cartilhas aprovadas pelo MEC não apresentam atividades consistentes para alfabetizar”, afirma.
Para Oliveira, o que se tem, portanto, é resultado das políticas e não fruto de má implementação. Essas políticas continuam a ser propagadas pelo MEC e universidades e adotadas por Estados e municípios. “Isso é muito diferente do que ocorre no resto do mundo, como comprovam agora os estudos contidos neste livro da ABC”.
Na apresentação, o presidente da IAB disse que em nosso País ainda se confunde a ideia de alfabetização com a compreensão textual. “Saber ler não é apenas ser capaz de identificar as letras e formar palavras, mas acima de tudo entender o seu significado e construir frases e textos inteligíveis com elas”.
O livro
A obra "Aprendizagem Infantil: uma abordagem da neurociência, economia e psicologia cognitiva" traz as conclusões de cinco anos de trabalho do Grupo de Trabalho sobre Educação Infantil, criado pela Academia Brasileira de Ciências em 2007. O lançamento foi realizado na semana passada, mas a publicação ainda não está disponível para o público.
Foto: Reprodução do site da Academia Brasileira de Ciências.
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