sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Escolas estaduais de São Paulo terão professor-auxiliar e novos modelos de recuperação


As escolas estaduais de São Paulo irão contar com algumas novidades para 2012. Uma delas é a inserção do professor auxiliar, que ajudará os docentes titulares, e outra é a criação da recuperação intensiva, idealizada para os alunos do ensino fundamental.

A resolução que regulamenta a nova função e os dois formatos de apoio escolar está publicada no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (13/01). Os novos mecanismos visam melhorar o desempenho dos estudantes. A iniciativa integra o plano de ações para reestruturação do atual sistema educacional, inserido no programa Educação – Compromisso de São Paulo, cujo objetivo principal é posicionar a rede estadual entre os 25 melhores sistemas do mundo e tornar a carreira de professor uma das mais prestigiadas pela sociedade.

"O professor-auxiliar e os novos mecanismos de apoio escolar serão fundamentais no processo de recuperação de alunos com necessidade de reforço de aprendizagem. Desse modo, teremos condições de intervir de forma mais eficaz para melhorar o desenvolvimento dos nossos estudantes", afirmou o secretário-adjunto João Cardoso Palma Filho.

A nova função poderá ser atribuída a docentes titulares e estáveis ou a candidatos à contratação temporária. Esses professores só poderão assumir o posto caso não haja classes ou aulas regulares disponíveis nas respectivas diretorias regionais de ensino. O número de professores-auxiliares que atuarão na rede estadual será definido após o fim do processo de atribuição de aulas, a ser realizado entre os dias 23 e 31 de janeiro.

Os professores-auxiliares são docentes habilitados para o exercício do magistério que, em sua maioria, já atuam na rede estadual e têm vínculo funcional com a Secretaria da Educação, diferentemente dos alunos-pesquisadores, estudantes universitários que integram o projeto Bolsa Alfabetização, vinculado ao programa Ler e Escrever, cujo objetivo central é o fortalecimento da formação de docentes pelo ensino superior. Portanto, tratam-se de iniciativas distintas que serão desenvolvidas simultaneamente.

Recuperação intensiva

A recuperação intensiva prevê a criação de classes com até 20 estudantes e atividades de ensino diferenciadas e específicas para superação das defasagens de aprendizagem diagnosticadas pelos professores. A modalidade será estruturada em quatro etapas ao longo do ensino fundamental:
  • A primeira será organizada como classe do 4º ano, constituída por alunos que apresentarem defasagem em relação à expectativa definida para os três anos anteriores;
  • A segunda será como turma do 5º ano, no mesmo formato da anterior, mas também atenderá estudantes que necessitem frequentar mais um ano letivo no ciclo I do ensino fundamental para terem condições de dar prosseguimento aos estudos no 6º ano;
  • A terceira etapa será organizada como classe do 7º ano, formada por estudantes que, após o término do 6º ano, ainda demandarem reforço para o próximo curso;
  • A quarta formará turma do 9º ano, no mesmo molde da anterior, mas também atenderá àqueles alunos que necessitarem frequentar mais um ano, além dos quatro do ciclo II, para estarem aptos a continuar os estudos no ensino médio. Este ano adicional também poderá ser cursado em classe regular, cabendo a decisão à equipe gestora, quando os estudantes apresentarem resultados insatisfatórios em mais de três disciplinas.
Em todas as etapas, a organização das turmas de recuperação intensiva ou que devam integrar classes regulares deverá resultar de indicação feita pelos professores no último conselho de classe realizado ao final do ano letivo anterior, ocasião em que também poderão ser indicados os docentes da escola que irão assumir as referidas classes no ano letivo subsequente. A formação das classes deverá ainda ter parecer do supervisor de ensino da unidade escolar e ser homologada pelo dirigente regional de ensino.

Excepcionalmente neste ano, a equipe gestora de cada escola poderá indicar, no período de 16 a 20 de janeiro, se houver necessidade, a formação de classes de recuperação intensiva.

A atribuição de classes e aulas de recuperação intensiva ocorrerá conforme as regras do processo regular da rede estadual e poderá constituir e ampliar a jornada de trabalho do docente titular de cargo, assim como compor sua carga suplementar, se for o caso.


Avaliação da Aprendizagem em Processo

Os alunos dos 6º e 7º anos do ensino fundamental e das 1ª e 2ª séries do ensino médio contarão ainda com instrumento de avaliações semestrais. A Avaliação da Aprendizagem em Processo visa proporcionar intervenções mais rápidas e pontuais, a tempo de melhorar o aprendizado do estudante no mesmo semestre letivo.

Essa ação deverá interferir diretamente no aprimoramento da progressão continuada, antecipando-se à reformulação dos ciclos do ensino fundamental de nove anos, que está em discussão no magistério. Independentemente do modelo de divisão de ciclos a ser implantado a partir de 2013, as avaliações de aprendizagem semestrais já terão sido assimiladas, resultando na melhoria do aprendizado dos alunos.

Recuperação contínua

A recuperação contínua contará com professores-auxiliares que poderão atuar, simultaneamente aos docentes titulares, em classes regulares cujo número de alunos ultrapasse 25 no ciclo I do ensino fundamental, 30 no ciclo II desse mesmo nível de ensino e 40 no ensino médio.

No ciclo I, o professor-auxiliar poderá atuar, em cada turma, com até 10 aulas por semana. As classes de 6º ao 9º ano que tenham mais de 30 alunos e do ensino médio com mais de 40 alunos poderão contar com o apoio de um profissional na função em até três horas-aula semanais, distribuídas entre até três disciplinas.

4 comentários:

  1. Se no ensino regular as classes tivessem matriculados apenas 20 alunos não precisaria de professor auxiliar nem da criação de uma classe específica para recuperação. Com 20 alunos por classe(hoje são 40 ou mais) o professor teria condição de acompanhar cada aluno e trabalhar a dificuldade de cada um e fazeer a recuperação paralela, a qual deve acontecer durante o processo de ensino.
    Sou professora da Rede Estadual da Bahia e aqui funciona um programa de recuperação semelhaante a esta proposta e não concordo com ele, pois "todos merecem uma educação de qualidade" e para que isto aconteça o próprio governo já sabe que tem que começar com a redução do nº de alunos por sala.

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  2. È preciso muito cuidado ao colocar mais um profissional em sala de aula, os alunos e os pais não entendem o porque desse profissional em sala, aí começam os problemas de exclusão e bullying,é necessário que nossos dirigentes invistam em formação, ou como nossa colega postou, salas com menos alunos, professores valorizados e respeitados.

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  3. Sou professora de rede estadual de São Paulo e assumi a classe de recuperação intensiva. Não tivemos orientações como montar a classe e nem tampouco recebemos orientações sobre como conduzir a aula, nem materiais específicos para tal. A recuperação intensiva ficou a cargo da experiência e intuição do professor. Acabou se tornando uma classe (de professor e de aluno) de exclusão.

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    1. Concordo plenamente com você. Sinceramente eu gostaria que o governo alhasse para a educação, assim como olha para os detentos de uma penitenciária,pois os detentos têm direito a tudo com a maior qualidade... direito a psicólogo, dentista, médico, uniformes. A escola não tem direito, nem mesmo de saber o seu papel, como trabalhar e com que material, somos experiências de laboratório dos quais Cientistas pensam,é claro,somente na economia do governo.

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